sábado, 26 de novembro de 2011

Morte de ente querido - A DOR DE AMBOS

Uma das maiores dores que podem atingir a um coração na Terra é a separação de pessoas que se amam. É humano sofrer com a morte física de alguém. É necessário, no entanto, que não se faça do fim natural a que chega a vida física, um palco de revolta contra Deus. A vida física tem seu início, meio e fim. Término esse que todos sabem que um dia chegará. Por que não se preparar? Não a esperando para qualquer momento, mas se conscientizando de que nada na vida lhes pertence, posto que "são depositários e não proprietários".


Apegam-se às pessoas, tornando-se delas donas, razão pela qual chega a revolta da separação. Como alguém que é meu me pode ser tirado, sem o meu consentimento?

A saudade fará com que suas lágrimas caiam para sempre, diminuindo com o tempo, mas estarão sempre em sua face. Mas, creia, o dia do reencontro chegará. Aguarde com confiança e sem qualquer precipitação. Não chantageie a vida se entregando à autodestruição, isto só o levará a se afastar mais e mais das vibrações de refazimento e reequilíbrio.

Não retenha quem se foi além do necessário para que tenha boas recordações. Desfaça-se dos excessos de correntes que podem aprisionar o seu amor ao seu lado. A vida dele prosseguirá em outras paragens, não mais na que você se encontra. Não o chame para ajudá-lo diante das suas dificuldades de vida. Elas são suas.

Deus não é cruel. Jamais o faria reencontrar ou encontrar um amor para depois o lançar fora de sua vida, eternamente. Seu sofrimento não é o maior do mundo, portanto não agrida a quuem quer que seja com a justificativa de que o seu coração está de luto.

Alguém partiu, não faça com que os outros partam também, afastando-se de sua compahia. Ore, pedindo pela paz do que se foi, lembrando-se que ele também sofre a saudade da separação. Mas em suas preces nuunca se esqueça de dizer: "Vá adiante amor, aqui ficaremos bem e, quando Deus assim quiser, nós nos veremos..."

Assinado : Carlos Murion

Local: "Centro Espírita Cavaleiros da Luz" - Salvador (BA)

Médium : José Medrado (do livro "Construção Interior", Ed. Mundo Maior

Carta psicografada de Manoel Francisco Neto, filho de Nair Bello em 1977

Texto extraído do site:
http://www.partidaechegada.com/2010/08/carta-psicografada-do-filho-da-atriz.html


Carta psicografada pelo médium Chico Xavier, assinada pelo espírito Manoel Francisco Neto, filho de Nair Bello, em 1977. Acima a atriz fala sobre a mensagem em entrevista ao programa "SBT Repórter". Sobre a perda do filho, ela declarou: "Meu filho Manoel morreu em 1975, num acidente. Só consegui superar no ano seguinte, depois que eu recebi uma carta dele psicografada pelo Chico Xavier. Não tem provação maior para uma mãe. Mesmo tendo outros filhos, você olha e vê que está faltando um. A fé e o trabalho me impulsionaram e em três meses já estava trabalhando de novo."


"Querida mamãe, meu pai, este é o momento do Mané criança e preciso pedir a bênção. Não sei muito bem como escrever aqui. A sala iluminada, muita gente, e o menino aqui, lembrando as provas do colégio. Se a memória não estiver funcionando corretamente, já sei que não consigo o que desejo. Acontece, porém, que tenho bons amigos, auxiliando-me a grafar esta carta.

Creiam vocês, a rapidez da escrita, o tipo da letra em grande parte pertencem a eles, à Vovó Maria e ao nosso amigo Dr. Trajano, mas o que escrevo, o que passo nas linhas caprichosas do lápis não é cola nem sopro de outras inteligências.

Mãezinha, é hora de chorar com vocês e afirmar que os sentimentos são meus mesmo, são de seu Manoel caladão, enfeitado de tantas idéias próprias e de tantas teimosias que fui até onde a rebeldia e a falta de comunicação me levaram.

Já sabemos de tudo. Papai foi mais forte, naquele dezembro que estourava com a nossa certeza de uns dias de recreio e bons papos com os nossos de Limeira, quando você, mamãe, fazia tantos planos diante de nós, para ver se descansava de suas lutas no trabalho, eis que o Mané não achou a pedra no caminho, mas encontrou um tronco forte que me pôs a cabeça incapaz de pensar.

Mãezinha e meu pai, fiz tudo para levantar o corpo, mas creio que o choque me alterou a circulação. Não estamos na hora de saber se rebentei alguma artéria importante ou se abri torneiras de sangue na cabeça intracrânio (vamos criar uma palavra que me ajude a recordar), mas o que é certo é que sou trazido até aqui para consolar-nos, uns aos outros.

Erguer-me não pude, falar muito menos, tive apenas a sensação de que caía num sono contra minha própria vontade. E creiam vocês dois que pensei em ambos do mesmo modo que pensei em Deus naqueles momentos em que me apagava devagar. Tanto desejo de sair, buscar algum telefone e contar que fora vitima de um acidente.

Mamãe, isso tudo eu pensei com tantas saudades de você. Naquela hora precisava de sua alegria e de sua palavra para suportar o tranco, mas sem saber rezar, em silêncio, pedi a Deus nos abençoasse e não deixasse você e meu pai acreditarem em suicídio. Às vezes, o Mané casmurro que eu era, falava em mundo difícil de agüentar e fazia alguma referência que pudesse dar a idéia de que, algum dia, ainda forçaria o portão de saída da Terra.

Mas estejam convencidos de que o carro deslizou sem que eu pudesse controlá-lo. A visão não estava claramente aberta para mim, porque sentia em torno uma névoa grossa e a manobra infeliz veio fatal e com tamanha violência que a idéia de suicídio não devia vir à baila.

Isso tudo, eu compreendi muito depois, porque naquele instante estava pensando em Natal e em nossa viagem a Limeira. Não sei se recordam que eu demonstrava uma certa indecisão entre acompanhar a família ou ficar em nossa casa. Mas isso tudo era só de mentirinha porque, no fundo, eu queria seguir com todos.

Mas eu que, às vezes, falava na morte, não sabia que ela me espreitava assim tão perto. Caí, sem querer, num sono violento no qual me pareceu estar num poço muito profundo, à espera de que me libertassem, conquanto não me fosse possível gritar por socorro. Por fim, sonhei, como um pesadelo, que me carregavam para o hospital e escutei, mamãe, o seu choro abafado. As vozes baixas no sonho eram ainda mais baixas, Senti o cheiro de remédios e escutei o ruído de instrumentos como se penetrando em meu cérebro. O sonho era demorado, um sonho em forma de pesadelo, daqueles que a gente quer acordar sem poder, mas depois veio um sono silencioso, como se tudo houvesse acabado, o mundo e eu.

Despertei não sei quando até hoje, e me senti à vontade, pedindo pela presença de meu pai para conversar. Queria preparar com ele um modo de atenuar os sustos em casa e sempre com a idéia fixa na viagem do Natal. Foi quando minha avó Maria e outra a quem ela deu o nome de dona Maria Angélica de Vasconcelos, me animaram para o conhecimento da verdade. A realidade é que eu estava completamente boiando no caos. Não conhecia ninguém/

Elas me apresentaram a dois senhores, que se identificaram como sendo o Dr. Trajano de Barros e meu bisavô Souza e depois trouxeram um sacerdote amigo e paternal que me disse conhecer-nos a todos. Tive a idéia de que o grupo se compadecia de minha ignorância, mas o sacerdote encontrou um caminho para abordar-me:

‘Pois você, Manoel, nunca ouviu falar em casa de seu bisavô a história de Frei João, aquele que pretendia curar febres com o suco de limas?

Ele perguntou com um sorriso tão luminoso e tão amigo que meu espanto diminuiu. Se eu estava vendo o frei João, de Limeira, eu estava entre os mortos ou entre os vivos de outra espécie e perguntando à minha avó Maria sobre isso, com o olhar ela me respondeu: – “É verdade, meu filho, a casa de Irineu e de Nair agora é a nossa aqui para você. A morte não existe. Você apenas voltou aos seus. Tínhamos muitas saudades de você também”.

Aquilo me cortou o coração. E mamãe? Ela me informou que você e meu pai, com os irmãos, estavam com a bênção de Deus e que eu não devia rebelar-me contra o acontecido. Mamãe, não adiantaria qualquer resposta agressiva de minha parte…

Então chorei como se nunca mais fosse a situação em que a morte nos colocava diante daqueles que mais amamos. As emoções me agravaram a condição de doente e debati-me numa febre que perdurou muito tempo. Febre em que a via alucinada de dor, com meu pai procurando reconfortá-la. Quem disse que a morte liquida tudo estava muito enganado. Nas alucinações ouvia os seus pensamentos: “O que terá você feito, filho? Manoel, conte para sua mãe a verdade! Fale se você não mais nos quis!”

E eu respondia explicando o acidente, mesmo cansado e abatido como estava via meu pai sofrer calado para não aumentar a tristeza em casa e ouvia os irmãos falando em festas de Natal e Ano Novo, com algumas pontas de ironia de quem não compreende a presença do sofrimento, nas horas em que mais pensamos em Deus.

Mas, melhorando, comecei a temer por você, Mãezinha. Sua alegria parecia morta, seu coração dava a idéia de uma noite fria e sem estrelas. Você pensava se valeria a pena ficar na Terra sem seu Mané casmurro. E tanto amor extravazava de seu coração para o meu, embora as distâncias de Espaço que não existem para os que se amam que, o teimoso de sempre, inclinei-me para a idéia de Deus e comecei a pedir por sua alegria e por sua vida. Papai e os nossos não poderiam ficar sem você e você não poderia vir antes do momento marcado.

Pedi e pedi tanto, que um amigo apareceu com a vovó Maria e se identificou por Oduvaldo. Era o nosso amigo Oduvaldo Viana que me disse: – “Você pode estar sossegado. Nair é mais corajosa do que você pensa e nós vamos organizar a peça em que sempre desejei ver sua mãe mostrar o talento que lhe conheço”.

Depois de algum tempo, passei a vê-la no espelho de minha visão ocupada com o teatro e Oduvaldo com muitos amigos auxiliando-a. Mãezinha, eu sabia que isso ia dar certo, porque você foi sempre a rainha do trabalho. Serviço nunca lhe deu medo e foi com muitas lágrimas de alegria que fui levado para abraçá-la em sua volta ao palco de paz e alegria. O trabalho diminuiu nossas penas, papai ficou mais calmo ao vê-la mais serena e toda a família reanimou-se. Perdoem-me se me estendi tanto. Não tenho pretensões de sintetizar.

Isso é para os escritores que burilam as palavras e as frases, como os ourives fazem com as pedras preciosas. Aqui, mamãe, é só o coração do filho para tranqüilizá-los.

Estou bem. Estou em outras faixas e agora menos introvertido. Estou aprendendo aquela ciência em que você e meu pai sempre me quiseram bem formado, a ciência do diálogo. Estou aprendendo a sair de mim mesmo e a ouvir para responder certo. Penso que consegui o que desejava: sossegar meu pai e minha mãe, acerca do acidente de que fui vítima.

Papai está com excelentes estudos sobre a vida da alma. Quando você, mamãe puder fazer o mesmo, isso será muito bom. Eu teria chegado aqui mais escovado se tivesse alguma preparação sobre os meus novos assuntos.

Abraços na turma toda, começando por Aparecida e continuando nos irmãos. Diga, mamãe, a eles todos que estou melhor e com boas notas de renovação. Desejo a todos uma vida longa e muito feliz.

Obrigado, mamãe, por seus gestos de caridade pensando em mim. Esse agradecimento é extensivo ao meu caro papai. Minhas saudações aos seus e nossos companheiros de trabalho, especialmente aos que vieram com vocês até aqui. Um abração para todos de São Paulo e Limeira e vice-versa.

Agora, peço-lhes que me abençoem com alegria. Mamãe, creio que principalmente você e eu já nos cansamos de chorar. Coloque a sua alegria em nossa vida como sempre. Seja sempre a nossa Nair Belo, que nós seguíamos atentos em tudo de bom e belo que a sua arte produz.

Meu abraço aos dois, a você e a meu pai, com um beijo do filho cada vez mais reconhecido e sempre mais filho de vocês pelo coração e com todo o coração do Mané".

Manuel Francisco Neto

Carta de Roberto Muszkat

Mensagem extraída do site :

http://cartasdechicoxavier.blogspot.com/2011/08/carta-de-roberto-muszkat.html#more

Querida Mãezinha Sonia, meu querido Pai e irmãos sempre amados, a Bênção da Paz permaneça conosco.


Estou emocionado. Uma festa diferente num ambiente novo. Celebração dos vinte novembros na Terra. Não sei como escrever o que sinto. Ficaria contente se pudesse usar minhas próprias lágrimas de alegria para configurarem palavras o júbilo de que me sinto possuído.


Pais queridos, nunca imaginei, em minha existência ligeira, pudesse comemorar o primeiro aniversário de minha permanência no Plano Físico, depois de haver passado pela chamada "liberação do corpo" (1). Agradeço o carinho que colocaram em nossas lembranças.


A Mãezinha Sonia, para a nossa felicidade tomou a veste branca, após o luto de tantos meses de saudade e quase desolação. Os irmãos esvaziaram as poupanças para me presentearem na pessoa de nossos companheiros menos felizes (2). E o Céu, segundo esperamos, nos proporcionará no entardecer de amanhã uma festa brilhante, de corações para corações, como nunca pensei conseguir presenciar.


Dizer "muito obrigado" é tão pouco, no entanto, querido pai, o que fazer senão aproveitar os recursos que se tem para manifestar os nossos melhores sentimentos?


Desejava ser eu mesmo a dádiva de paz e fraternidade a ser entregue, a fim de louvarmos não a minha memória pessoal e, sim, o Eterno Doador de Tudo o que possuímos.


Não me descarto da nossa alegria e, por isso, aspiro a dizer que todas essas bênçãos pertencem à Sabedoria do Amor Infinito que nos reuniu para sempre nos laços benditos da comunhão espiritual em que nos reconhecemos.


Querida Rachel, queridos irmãos Moises, Renato e Ricardo, conservando igualmente a Rosana por flor de carinho a enfeitar-nos as lembranças, agradeço a vocês todos, irmãos queridos, pela felicidade que me ofertam e pelas mensagens de ternura que me dirigiram.


Espero que nossos pais sempre queridos se orgulhem de nós, no desempenho de nossos deveres, através do tempo e da Vida. É verdade que a Lei me transferiu de residência, mas não me alterou os sentimentos. Sou o mesmo irmão amigo e reconhecido que lhes deve tanto.


Aos pais amados, o nosso reconhecimento por nos haverem recolhido nos braços, habilitando-nos para viver segundo os preceitos da Luz Divina que nos regem a existência.


Mãezinha querida, agradeço a sua fé, o seu entusiasmo na construção do bem, a sua confiança na Espiritualidade e o seu dom de servir, tão claramente manifesto, na preparação da alegria que me reservaram.


Estou feliz e formulo votos para que a nossa plenitude de paz doméstica consiga envolver todos os ingredientes do nosso encontro com a família maior, junto da qual nos reconheceremos cada vez mais integrados em nossos compromissor de fidelidade ao Santo dos Santos.


Papai querido, estou satisfeito e comovido com a sua presença. Conheço a extensão de suas responsabilidades e obrigações e sei quanto vale cada hora de sua presença, especialmente junto de nossos doentes, pedaços da família espiritual que os Mensageiros do Bem Eterno colocaram em nossos braços.


Beijo-lhe as mãos reconhecidamente e faço preces do coração por sua tranqüilidade e segurança.


Conversei com a Mãezinha Sonia sobre as minhas primeiras impressões da Vida Espiritual, quando pude tomar do lápis pela primeira vez, entretanto, hoje, com permissão de nossos Mentores Maiores, peço o seu consentimento para contar-lhe que o meu desligamento do corpo foi rápido.


Horas antes, nada previa com relação ao acontecimento significativo que me aguardava. Preparava-me para o descanso depois de haver medicado o trato nasal, quando senti no peito algo semelhante a uma pancada que me alcançou todas as redes nervosas.


Tentei falar mas não consegui. Um torpor suave se seguiu ao fenômeno e notei que um sono compulsivo me invadia a cabeça.


Percebi, intuitivamente que me deslocava do corpo, embora permanecesse vinculado a ele, quando em meio do esforço para definir o que sentia para a análise de meu próprio raciocínio, ouvi nitidamente sobre mim a voz inesquecível de alguém pronunciando as santas palavras: "Baruch Dayan Emet" e reconheci que a frase não partia dos nossos de casa...4)


Busquei identificar-me com a sublime expressão de louvor, mas o torpor aumentava. O frio nas extremidades me compelia a admitir a presença da liberação física e rendi-me aos desígnios do Eterno, tentando seguir o rumo em que a voz se expressara, qual se me houvesse transformado num pássaro ansioso por saber a direção do meu novo ninho, já que não mantinha mais qualquer dúvida sabre a ocorrência que me separava da moradia corpórea, à maneira do inquilino que se vê expulso da própria habitação, atendendo a influências compulsivas; no entanto, entre aquela voz e eu mesmo estava o desmaio que me consumia o discernimento...


Foi quando tomado de estranha sensação de bem-estar, escutei ainda as palavras: "Leshaná Habaá bi-Yerushalayim".5) Compreendi que era um adeus e dormi com a tranqüilidade de uma criança. Mais tarde, soube que o meu avô Moszek Aron ditara em meu favor aqueles vocábulos santos para que me aquietasse, contando com os imperativos do Mais Alto.


Quando acordei, me via num leito alvo com a Vovó Rachel velando por mim. Dias se passaram, sem que eu lhes saiba da conta. Entendi sem relutância que já não mais me encontrava em nossa casa e, sim, numa "outra vida", que se fazia surpresa e deslumbramento para os meus pensamentos de moço.


Depois de algum tempo, o Vovô Moszek veio ao meu encontro. Reanimou-me. Restabeleceu-me o auto-controle e a auto-confiança. Quando me buscou pata encontrar outros amigos no recinto dedicado à oração, no amplo educandário-hospital, chorei de emoção ao observar que formosa turma de pessoas amigas, que eu não conhecia, pronunciava as palavras: "Boi Beshalom". 6) Em seguida, cantaram, esses novos companheiros, o hino Shalom Aleichem. 7)


Terminado o cântico, meu avô Moszek achegou-se a mim e assinalando-me com o "Maguem David" 8) falou, abençoando-me:


- Deus te faça igual a Efraim e a Menashés. 9)


As lágrimas banharam meu rosto, enquanto o avô promovia o Seder 10) em cuja reunião pude fazer muitas perguntas. Vim a saber então que me achava em Erets Israel, ou Terra do Renascimento, cuja beleza é indescritível. 11)


Ali, naquela província do Espaço Terrestre, se erguia uma outra cidade luminosa dos Profetas. Os que choraram no mundo, os que sofreram torturas, os que foram martirizados e queimados, perseguidos e abatidos por amor à Vitória do Eterno e Único Criador da Vida operavam repousando ou descansavam trabalhando pela edificação da Humanidade Nova.


Com estes apontamentos não quero dizer que estava tanto quanto prossigo, numa cidade privilegiada, porque outras nações as possuem nas esferas que cercam o Planeta, mas aquele recanto era o meu coração pulsando com milhares ou milhões de outros corações, consagrados ao Pai Único.


Pai querido, lembrei-me de nossa união no Lar e chorei de saudade e esperança, amor e alegria. Revisei a imagem da família querida e reunindo o seu carinho, a ternura de minha mãe e a dedicação de meus irmãos por dentro de minha própria alma, enviei-lhes, sem saber como fazia semelhante mensagem, as palavras inolvidáveis de Ruth a Noemi: "Onde fores, também irei, o seu povo será o meu povo, o seu rei será o meu rei".12)


Pelo que digo, são capazes de avaliar as minhas emoções na Vida nova em que me reconheço, começando a estudar e a trabalhar, sob clima diferente do Mundo Físico.


Meu avô Moszek presente aqui me solicita terminar a narrativa do que me aconteceu e acontece. Veio ele, com um amigo de nome Moritz Heiman e, em minha companhia, está o Moyses Zatyrko que saúda os queridos pais, Rosa e Boruch.13)


Desejava prosseguir, mas não posso.


Meu querido pai, muito grato pelo crédito que me concede, fazendo companhia à Mãezinha e aos irmãos queridos para compartilharmos das mesmas alegrias e das mesmas orações. Diz meu avô que amanhã, antes de começar o novo dia do calendário, teremos o nosso "Oneg Shabat" 14) e estamos todos felizes.


Pais queridos e amados irmãos, agradeçam por mim aos amigos que me hospedam neste recinto de paz e recebam todos juntos o abraço de muito carinho e muito amor, com muita esperança no futuro e muita fé em nossas realizações no presente, do filho e irmão reconhecido.


ROBERTO MUSZKAT


16 Novembro 1979






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NOTAS DE DAVID MUSZKAT (pai de Roberto):


1) Desde a partida de Roberto para o Plano Espiritual, seus pais e irmãos comemoram-lhe o aniversário de nascimento em Uberaba, no Hospital do Fogo Selvagem e num dos bairros pobres da cidade, distribuindo mantimentos, roupas e brinquedos. O leitor observará, também, em outras mensagens a importância que Roberto confere a tais comemorações, em função de seu alcance social e de seus exemplos de solidariedade humana, pois beneficiam centenas e centenas de pessoas.


2) Roberto mostra-se reconhecido aos irmãos, que, para participar das festas de luz que os genitores organizam, servem-se de suas poupanças, oferecendo-nos extraordinário exemplo de abnegação e de respeito aos companheiros mais carentes.


3) A mensagem foi recebida no dia do aniversário de Roberto e, às vésperas da comemoração programada em sua homenagem,chovia bastante e sua mãezinha não escondia apreensão ante a perspectiva de chover também no dia seguinte, o que tisnaria o brilho da festa. Roberto captou as preocupações maternas e disso faz referência na mensagem. Felizmente, na tarde do dia seguinte o sol fez-se presente e a reunião festiva fui das mais belas.


4) É da tradição hebraica que como ato final da cerimônia de sepultamento de um familiar, com o corpo presente, os parentes mais diretos façam uma oração que termina com a frase:


- Baruch Dayan Emet - Abençoado seja o juiz verdadeiro ou abençoado seja o juiz da verdade.


Com a mesma frase, Roberto foi recebido pelo avô no Plano Espiritual.


5) Leshaná Habaá bi-Yerushalayim - O ano que vem em Jerusalém.


6) Boi Beshalom - Venha em paz.


7) Shalom Aleichem - Hino que dá as boas vindas aos anjos da paz, cantado na sexta-feira à noite.


8) Maguem David - estrela de David.


9) Deus te faça igual a Efraim e Menashés - irmãos gêmeos, filhos de Jacob. Esta frase é uma tradicional bênção paternal.


10) Seder - a ceia festiva na primeira e na segunda noite da Páscoa judaica. Comemorar o Seder, era hábito muito cultivado pelo avô paterno, antes de falecer.


11) Erets Israel - Terra de Israel.


12 ) Conforme nos fala o Velho Testamento, Noemi tinha dois filhos casados com moças moabitas (não judias) e Ruth era uma delas. Com a morte dos filhos, Noemi retornou a Israel, em companhia de sua nora Ruth que se converteu ao judaísmo, dizendo a Noemi as palavras citadas por Roberto.


13) Provavelmente, Moritz Heiman, amigo de seu avô paterno, ao tempo em que residia na Polônia, nos idos de 1920. Moyses Zatyrko, filho de Rosa e Jaime Boruch Zatyrko, comandante da TAM, conhecida companhia aérea paulista, faleceu em acidente aviatório no dia 8 de fevereiro de 1979, nas proximidades de Bauru (SP). Sua genitora, D. Rosa Zatyrko, se encontrava em Uberaba, quando da recepção desta carta mediúnica.


14) Oneg Shabat - literalmente significa "alegria de sábado" comemoração festiva no dia do descanso, o sábado (Shabat).






XAVIER, Francisco Cândido. Quando se pretende falar da vida. [Espírito Roberto Muszkat]. Coletânea de cartas organizada por David Muszkat. GEEM, 1984.

A Força de Deus

Para onde te voltes, Deus é a Presença única, total, pulsante, e é o poder real, permanente, inigualável, que atua sem cessar.


Tudo vibra e se movimenta graças à Sua força, ao impulsoinicial, que dEle procede.


É imperioso abrires a mente e o coração, conscientemente, a essa energia, a fim de te deixares penetrar, adquirindo os recursos que dela fluem e assim tornando-te usina reguladora, a irradiar em todas as direções. Ao fazê-lo, envolverás os demais individuos em bençãos, modificando a estrutura ambiental, e os enriquecendo de valores insuperáveis.

O medo e a dúvida, a mágoa e a insensatez cederão lugar à confiança e à coragem, abrindo espaço para os logros elevados do Espírito eterno. Se adotas pensamentos de depressão ou de violência, de enarmonia ou de escassez neste ambiente repleto de vida, isolas-te, alienando-te do poder de Deus e buscando a fraqueza de ti mesmo. Todavia, se te permites im pregnar pela pujança da Sua vitalidade, essa paz segue em tua direção e te envolve em sucessivas ondas que te resguardam das agressões e hostilidades de fora, que jamais te alcançarão

Texto retirado do livro "Alegria de Viver" de Divaldo P. Franco pelo espiríto Joanna de Ângelis

"Se nossas qualidades
não se expressassem,
seria como se
não existissem.

Todos os adornos
de uma bela alma
valem tão somente
por seus nobres efeitos."

William Shakespeare
Se você quer ser bem sucedido,
precisa ter dedicação total,
buscar seu último limite
e dar o melhor de si.

(Ayrton Senna)

Bom mesmo é ir a luta com determinação,
abraçar a vida com paixão,
perder com classe e vencer com ousadia...

Pois o triunfo pertence a quem se atreve.

(Charles Chaplin)

Vigiai e Orai

Não deixe que seus pensamentos sigam por caminhos tortuosos,
tenebrosos, da falta de fé, da falta de crença em um poder maior,
que a tudo e a todos guarda. Vigiai e orai.


Não permita que a dúvida penetre em seu coração e abra uma chaga que,
com o tempo, só tenderá a crescer e prejudicar. Vigiai e orai.


Não deixe que a dúvida penetre em seu espírito,
mantenha-o lúcido e forte para as agruras do dia-a-dia. Vigiai e orai.


Não deixe que a dúvida tome conta de todo o seu ser.
Acredite no poder da oração, acredite no poder da fé,
acredite que o Pai os ampara e protege
em todos os momentos de sua vida. Vigiai e orai.