quinta-feira, 21 de maio de 2009

Carta a Jesus


Meu Mestre e Senhor Jesus.
Louvado seja o Teu Santo Espírito.
Nos momentos penosos de minha vida tenho-me apegado contigo e
nunca deixei de merecer a Tua misericórdia.
Nos momentos de alegria e abundância de minha vida,
nunca deixei de te render graças e cantar louvores ao Teu incomparável Espírito.
Ajuda-me, Senhor, nas minhas deficiências, preenche as minhas falhas,
enche os meus claros com Teu beneplácito e não permitas que pelos meus defeitos seja a Tua Doutrina escandalizada e a Tua palavra maculada.
Sou Teu discípulo e te amo como o cão fiel ama ao seu dono.
Sou criança ignorante.
Tem compaixão de mim.
Abençoa todos os Espíritos, meus irmãos que me sustentam e dá-lhes forças para que operem comigo o Teu amor. Louvado seja Deus, o Nosso Pai Celestial a quem conheço, Senhor, por Teu intermédio e a quem amo e adoro, e guardo o Seu preceito. (Cairbar Schutel) (10 horas da noite de 19.03.1936)

Agenda Renascer 2002 Editora EME

A cadeira de rodas


Uma família de classe média estava viajando de férias, após um ano de serviço e a devida programação para aquela ocasião.
Entretanto, o casal de filhos adolescentes reclamava, a curto espaço de tempo, de várias coisas que o veículo não possuía.
Dizia um deles:
— Papai, se este carro tivesse ar condicionado, seria bem mais fácil tolerar essa viagem cansativa. Está fazendo muito calor, mas, se deixamos o vidro aberto, o vento incomoda demais.
Logo depois, era o outro que expunha as suas queixas:
— Nem ao menos temos um rádio bom para ouvirmos música. Desse jeito, parece que a viagem demora um século!

O pai que experimentara a vida pobre enquanto criança e na juventude, nada dizia, esperando a ocasião propícia para intervir. Passado um curto espaço de tempo, retornava o outro adolescente a queixar-se:

— Se este carro além de ar condicionado, fosse um pouco maior, viajaríamos mais confortavelmente, mamãe.

A esposa olhava para o marido que sinalizava discretamente, pedindo que não respondesse às reclamações. Rodavam mais alguns quilômetros e lá vinha outra crítica:

— Tive que trazer uma mala menor porque o porta-malas deste carro é pequeno. Veja se troca de automóvel no final do ano, papai.

O mesmo paciencioso silêncio reinava por parte dos pais dos reclamantes, que retornavam às queixas:

— Será que não dá para você colocar um DVD neste carro?
Dessa maneira poderíamos viajar assistindo a filmes e não sentiríamos o tempo passar.

Ao cruzar um trecho da rodovia que cortava uma pequena cidade onde era obrigatório diminuir a velocidade, o pai viu uma cena muito triste: uma senhora de idade empurrava uma filha deficiente física e mental em uma cadeira de rodas por uma pequena ladeira que margeava a rodovia.
Ali estava a oportunidade de ouro para a lição que vinha segurando na ponta da língua.
Chamou a atenção dos jovens para aquela cena lamentável e disse:

— Vocês dois que só sabem reclamar do que possuímos, ganho de maneira honesta, talvez preferissem estar sentados naquela cadeira de rodas como aquela pobre moça, a estarem mal acomodados em nosso carro, não é mesmo?

A cadeira de rodas não possui rádio, ar condicionado, DVD, porta-malas.
A cadeira de rodas possui uma pessoa que sofre sobre ela e que daria tudo para estar no lugar de um de vocês!

A observação do pai caiu como uma profunda lição sobre os dois reclamantes que, após se entreolharem, mergulharam num profundo silêncio, acompanhando com o olhar espantado para a cadeira de rodas que se afastava lentamente do veículo, perdendo-se nas curvas do caminho.

***

“Não reclames! Agradece a Deus a oportunidade de ser aquele que exemplifica, entre lágrimas, o que os outros fruem, por enquanto, entre sorrisos.
O dia de todos sempre chega, convidando, uma a uma, as criaturas à reflexão e ao fenômeno de amadurecimento.” – Joanna de Ângelis.

Prece de Cáritas


Deus, nosso Pai,
que sois todo Poder e Bondade,
dai a força àquele que passa pela provação,
dai a luz àquele que procura a verdade;

ponde no coração do homem a compaixão e a caridade!


Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, Dai ao culpado o arrependimento,
ao espírito a verdade,
à criança o guia,
e ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes.
Piedade, Senhor, para aquele que vos não conhece, esperança para aquele que sofre.
Que a Vossa Bondade permita aos espíritos consoladores derramarem por toda a parte,
a paz, a esperança, a fé.


Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra;
deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita,
e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós Vos esperamos com os braços abertos,
oh Poder!,
oh Bondade!,
oh Beleza!,
oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte merecer a Vossa Divina Misericórdia.

Deus, dai-nos a força para ajudar o progresso, afim de subirmos até Vós; dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Divina e Santa Imagem.

Assim Seja.

A prece, denominada De Cáritas, tem sido querida e contritamente orada por várias gerações de espíritas.
CÁRITAS era um espírito que se comunicava através de uma das grandes médiuns de sua época - Mme. W. Krell - em um grupo de Bordeaux (França), sendo ela uma das maiores psicografas da História do Espiritismo, em especial por transmitir poesia (que se constitui no ácido da psicografia), da lavra de Lamartine, André Chénier, Saint-Beuve e Alfred de Musset, além do próprio Edgard Allan Poe.
Na prosa, recebeu ela mensagens de O Espírito da Verdade, Dumas, Larcordaire, Lamennais, Pascal, e dos gregos Ésopo e Fenelon.
A prece de Cáritas foi psicografada na noite de Natal, 25 de dezembro, do ano de 1873, ditada pela suave Cáritas, de quem são, ainda, as comunicações:
"Como servir a religião espiritual"e "A esmola espiritual".
Todas as mensagens que Mme. W. Krell psicografada em transe, e, que chegaram até n;os, encontram-se no livro Rayonnements de la Vie Spirituelle, publicado em maio de 1875 em Bordeaux, inclusive, o próprio texto em francês (como foi transmitido) da Prece de Cáritas
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