segunda-feira, 27 de abril de 2009

Deixe a raiva secar.



Mariana ficou toda feliz porque ganhou de presente um joguinho de chá, todo azulzinho, com bolinhas amarelas.
No dia seguinte, Júlia, sua amiguinha, veio bem cedo convidá-la para brincar,
mas Mariana não podia, pois iria sair com sua mãe naquela manhã. Júlia, então,
pediu para a coleguinha que lhe emprestasse o seu conjuntinho de chá para que ela pudesse brincar sozinha, na
garagem do prédio.




Mariana não queria emprestar, mas, com a insistência da amiga, resolveu ceder, fazendo questão de demonstrar
todo o seu ciúme por aquele brinquedo tão especial.




Ao regressar do passeio, Mariana ficou chocada ao ver o seu conjuntinho de chá jogado no chão.
Faltavam algumas xícaras e a bandejinha estava toda quebrada. Chorando e muito nervosa, ela desabafou:




— Está vendo, mamãe, o que a Júlia fez comigo? Emprestei o meu brinquedo e ela estragou tudo! E ainda deixou
jogado no chão!
Totalmente descontrolada, Mariana queria porque queria ir ao apartamento de Júlia, pedir explicações,
mas a mãe, com muito carinho, ponderou:


— Filhinha, lembra daquele dia, quando você saiu com seu vestido novo, todo branquinho, e um carro passou
e jogou lama na sua roupa? Ao chegar em casa, você queria lavar imediatamente aquela sujeira, mas a vovó
não deixou. Você lembra o que a vovó falou? Ela falou que era pra deixar o barro secar primeiro.
Depois ficava mais fácil limpar. Pois é, minha filha. Com a raiva é a mesma coisa.
Deixa a raiva secar primeiro. Depois fica bem mais fácil resolver tudo.
Mariana não entendeu muito bem, mas resolveu seguir o conselho da mãe e foi para a sala ver televisão.
Logo depois, alguém tocou a campainha. Era Júlia, toda sem graça, com um embrulho na mão.
Sem que houvesse tempo para qualquer pergunta, ela foi falando:




— Mariana, sabe aquele menino mau da outra rua, que fica correndo atrás da gente?
Ele veio querendo brincar comigo e eu não deixei. Aí ele ficou bravo e estragou o brinquedo que você havia
me emprestado. Quando eu contei pra mamãe, ela ficou preocupada e foi correndo comprar outro
brinquedo igualzinho para você. Espero que você não fique com raiva de mim. Não foi minha culpa.
— Não tem problema — disse Mariana. — A minha raiva já secou.
E dando um forte abraço em sua amiga, tomou-a pela mão e levou-a para o quarto, pra contar a
história do vestido novo que havia sujado de barro.




Nunca tome qualquer atitude com raiva.
A raiva nos cega e impede que vejamos as coisas como elas realmente são.
Agindo assim, você evitará cometer injustiças e ganhará o respeito dos demais

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